quarta-feira, 8 de junho de 2011

O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue.

Bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doí.
(Cazuza)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta. Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.
(Tati Bernardi)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fica assim

Nos dias agora cabem meses. Um segundo, dói tanto, dói o tamanho de uma eternidade, não passa nunca. Quando chega ao almoço, eu começo minha contagem regressiva pra chegar logo à hora de dormir. Mais não passa nunca. Espero como alguém no carnaval esperando a chegada do natal. E eu acho até, que a distância entre o carnaval e o natal é menor do que a distância do meu almoço e da minha hora de dormir. Tenho a sensação de que já se passaram uns três anos lá fora, desde o meu ultimo almoço, que não faz mais que meia hora. Insanamente eu espero o telefone tocar... Espero, espero, e começo minha briga comigo mesma, dizendo que não tem disso não, essa porra não vai tocar e se tocar não tenho nada que atender. To bem, muito obrigada. Até porque o noticiário da TV ta muito mais interessante. A taça de vinho sozinha. A bandeja cheia de chocolate. E não se preocupe, eu tô comendo bem. Alias, nunca comi tanto. Sei lá, acho que é pra preencher o vazio. Mais nunca enche. Tenho uma sensação constante de buraco dentro do estomago... do peito... da alma. E só cresce. Cresce quando você some. E quase desaparece quando você liga e eu distraída atendo. Distraída mudou de significado no meu dicionário. Quer dizer quando a gente tinha uma coisa e agora não tem mais, mais esquece, e fica querendo ter ainda. Então quando você liga, eu atendo mesmo, distraída, como quem não lembra que eu não tenho mais a obrigação de atender, nem dizer o que estou fazendo, nem perguntar se você ta em casa, se ta estudando, se ta com problemas, se chegou cansado, se quer conversar a toa, falar bobagens, falar dos outros, contar alguma historia. Eu atendo. E aí lembro de repente e penso. Puts! Agora não tem graça mais. Por que agora nossa conversa é triste; eu tenho mesmo muita vontade de te contar o que aconteceu no meu dia, e saber o que você esta fazendo, mais controlo e faço uma puta duma força pra só perguntar o que você quer, e dizer que tenho logo que desligar. As sextas perderam a graça, os sábados perderam a graça, os domingos perderam a graça; segunda, terça, quarta e quinta são um martírio. Tenho uma garrafa de vodka no armário, três festas pra ir, 15 chamadas no telefone, uma amiga gritando no portão, mais cinco na internet. E a minha vontade é de ficar aqui. Tentando te encontrar nesse vazio, nessa ausência que vai me matar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Você sabia

Era agosto, vento frio, sensação de quase congelar. Mais a vontade de ficar por perto, era maior. O portão gelado separava os corpos, mais dava-se pra sentir o calor um do outro atravessando as grades; e os rostos e lábios ainda conseguiam se encontrar por entre uma brexa. A mão dele dando uma volta na barreira, ainda segurava firme sua cintura, e ouvia-se o sussurar no seu ouvido. Ele pedia que ela não fosse. Faltavam poucos meses no calendário, e em suas cabeças menos ainda.



- Fica comigo pra sempre !?
- Você não vai me aguentar por tanto tempo ...
- Claro que vou.
- Não... Como você pode saber ?
- Você é a mulher da minha vida... Dá pra sentir.

sábado, 11 de setembro de 2010

desde outubro passado, de mais ninguém.

Venha cá. Chegue mais. Entre dentro de mim. Vá bem fundo, e mergulhe por todos os lados. Quem sabe assim, consiga ver a verdade. Consiga enxergar meus acertos. Ver o tamanho do meu amor, e da minha loucura. Loucura, por você. Enxergar que meu mundo de repente, começou a girar engraçado, mais firme, mais certo, sem balançar, com mais direção, e mais sentido, muito mais sentido. Eu não quero te ver chorar, desde a última vez que você mentiu. E isso é tão contraditório, eu sei. Mais eu não quiz, desde então eu não quiz. Sempre acreditei no choro de muita gente; é fácil chorar. Do lado de fora. Mais eu te vi chorar alguma coisa saindo de dentro, do fundo. E doeu. Mais do que eu imagina ser possivel naquele momento. Mais doeu. Por mim, por você. E desde então, não quiz mais te ver chorar. E fico absurdamente feliz quando você sorri de alguma coisinha sem graça ou sem noção que eu diga ou faça. E mudei meus planos. Mudei de assunto. E mudei meu rumo. E não há nada que passe em meus pensamentos, ou que chegue perto de passar, que se pareça com querer te magoar, ou até com sem querer acabar te magoando. Eu não fiz, eu não fiz, eu não fiz. E do fundo do profundo da alma, nem mesmo sequer consigo imaginar situação na qual eu poderia vir a querer uam coisa dessas. Eu te amo. E estou bem ai. Dentro de você. Mesmo que a gente se separe por algumas horas por dia, e fique distante nossos corpos. Eu estou em você. E você em meus pensamentos. E conto cada segundo pra chegar logo a manhã, e te sentir. Cara, eu tô tão triste. É. É a grande tristeza outra vez. Um vazio tão grande que não sei nem o que dizer. Fico te olhando, pedindo aos céus que não deixem te levar de mim. Que você entre e veja o tanto de amor. E que se o amor não for suficiente, que você vasculhe mais, mexa em tudo, fuçe no que quizer, mais que encontre a prova disso. Em mim. Eu nunca quiz te trocar, eu nunca quiz te deixar. E quando ando pelas ruas, sinto você, como uma capa me cobrindo, me protegendo, e dizendo: eu sou dele. E eu sou sua. E preciso tanto te ver voltar. E eu menti. Uma vez. Janeiro passado quando disse que não te queria de volta. Mais você sabe. Eu não poderia mais viver sem você. É tão clichê, eu sei. Mais tão real. Tão profundo, aqui dentro. Eu me sinto perdida, sem forças. Pediria todas as forças do mundo nesse momento, pra conseguir te explicar. Pra conseguir apagar toda mentira. E que você acreditasse em mim. Eu nunca mentiria pra você. E desde outubro passado, eu não quiz mais ninguém. Mais ninguém. Nem mesmo aquele cara da novela. Eu prefiro tanto você. E desde terça passada, eu quero passar o resto dos meus 80 anos deitada com você na grama do clube. Tá um vazio cheio aqui dentro, sabe? Cheio de dor, querendo explodir, sei lá, coisa assim. Dooooí esse medo de te perder. E olha, eu to jurando, outra vez, que eu não fiz nada pra te perder. E eu lá seria boba desse tanto? Olha, tá inchando o vazio. E tá doendo mais. Eu vou dormir. E pedir muito a Deus pra não deixar nada te separar de mim. Pedir muito à ele pra não deixar nenhuma mentira te levar de mim. Pedir muito à ele pra eu continuar sendo o seu amor. Eu vou pedir. Porque tá doendo. Tanto. Só de pensar em não te ver voltar. Eu vou pedir, logo, muito. E amanhã preciso de você me abraçando, pra dentro do corpo, e da alma, mais uma vez.

e sempre.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Não cabe.

                                                                                    
É bem como eu te disse, não cabe mais. Nosso espaço é nosso, e aqui não cabe mais ninguém. Sei que meu ciúme as vezes é demais, mais acredite, é medo. E quando eu falo em medo, me refiro a sentido mais duro dele. Aquele medo terrível de dar vontade de chorar, quando você solta do abraço. Não é exagero. Na verdade, é um pouquinho. Na verdade, é amor.
Ainda bem que você está aqui. Ainda bem que não estou sozinha. Não suportava mais. Nem o fato de estar sozinha, nem o fato de você não estar aqui, sendo a mesma coisa. É quase uma loucura desvairada, um grau sem alcoolismo. Que não chega a ser ruim nem mesmo quando pareço estar prestes a virar do avesso e devolver toda a vodka que você disse que eu podia beber. Com calma. Coisa que você sabe que não tenho. E se você se dispõe a entrar no meu mundo comigo, tirar a roupa e correr por ai, num frio de gelar neurónios, fica tudo bem. Acordo sorrindo. Mesmo que não lembre muito. E é quase provável que ninguém vá entender como posso mesmo sentir tua falta sendo que você esta na sala de lá, e são só 50 minutos pra te ver sorrindo forçado com cara de sono. Sentir falta também quando você diz que não quer, mais tem que ir, tá tarde; até amanha. E volta, sempre volta um pouco mais. Ainda bem. Me beija entre o portão gelado, e diz que liga, e eu espero. Espero mesmo você ligar, o dia inteiro; como a tarefa mais prazerosa do meu dia. E logo eu que nunca me acerto com o telefone, gosto de ficar dependurada ouvindo tua voz. Gosto de quando você chega e do jeito que as coisas melhoram com você. Gosto do teu sorriso sem graça, do teu sorriso forçado, e do teu sorriso escapulido no meio dos meus sermões deveramente cansativos, confesso. Gosto do teu abraço, e do teu jeito de abraçar. Gosto do teu jeito de estar sempre por perto, mesmo que eu não mereça tanto assim, e até do teu jeito de me provocar ciúmes e de ficar macho quando acontece o contrário. Gosto de quando você segura firme minha mão e de quando você da ordens por mim, e diz que eu não vou. Tanto, que prefiro nem decidir mais nada, gosto de ouvir você dizendo: não vai. É que me sinto protegida, acolhida no meio dos teus braços, podendo o mundo todo desabar. Não vou nem ver. Não sei como seria se não tivesse que correr pra janela pra ver se você não chega logo; não te esperar ou te encontrar me esperando na saída da aula; não ouvir teus sermões sobre shorts, caronas, e bebidas; não morrer de ciúmes e pouco depois de amor, quando você volta provando que é meu; não ouvir teus sonhos estranhos e obscenos; nem me enfiar em lugares estranhos escuros abandonados; não segurar sua mão, um pouco mais cima, um pouco mais pra baixo; não me esforçar as vezes para usar sempre os bons modos, nem evitar tantos palavrões ao dia. Não sei como seria sem. Gosto de ver você revidando rapidamente quando mexo nos teus cabelos. Gosto de ouvir todo dia sua voz, bem perto, me chamando pra casar. E de te observar ao longe, com as mãos nos bolsos da frente, com postura de homem macho, olhando alto; despistadamente me observando também. Um sorrisinho de lado, e eu encerro as minhas buscas. Te encontrei. É você.





                                                                                   
                                                                                                            

( Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final. ) 

domingo, 20 de junho de 2010

Jurado

Lembro da última vez que te vi ir. Lembro da ultima vez que te vi sorrir. Sabia que não voltava. Tão cedo. Demorava um pouco ainda pra se arrepender. Mais jurava que até lá, eu também teria me arrependido; dessa vez, de te esperar. De te esperar, tanto. Tanto e sempre; e dessa vez eu jurava que não mais.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Daquele dia.

Por aqui o tempo não passou. Por aqui o tempo não parou. Sei lá, de algum jeito assim. Me perdi em você, e você se perdeu de mim. Parece ter esquecido, ter deixado pra trás, mesmo que não pareça. É difícil explicar, é difícil entender. Você se lança como se estivesse à frente de um abismo. Como se tudo fosse acabar, e depois, lá na frente, para e se volta pra mim. Calma, tenha calma meu bem. Não posso ver você correndo tanto na frente, loucamente, como alguém que precisa mostrar o prêmio de primeiro lugar, e assim, ainda sim te esperar. Ver se você volta, ou me espera te alcançar. Continue se quiser, não precisa me esperar, e é quase óbvio dizer isso. Assim eu não quero. Seria até capaz de te alcançar, mas assim eu não quero, obrigada. Você não difere dos outros, e se esforça tanto, que chega a se humilhar em relação à eles. Me faz desistir de você. Mesmo que eu não queira. Mas você se esforça tanto, que esta quase conseguindo. Fico rindo de você. E lembrando de mim. De mim com você, e você por mim. Eu poderia esperar, ou tentar te alcançar, mais assim, perco os meus motivos. Agora eu to correndo, não posso mais parar.

sábado, 22 de maio de 2010

Pra você que pediu .

Você não mudou. Eu mudei. Mudei de planos, mudei de objetivos, mudei de opção. Não quero mais, não me esforço mais, não faço questão. É assim, tem que ser. Eu avisei, demorei um pouco, reconheço (e isso só piora as coisas pra você), mais avisei. A primeira, a última e a única vez. Só você não acreditou. Cansei dos seus pretextos, do seu eterno vai-e-vem. Hoje, vejo você correndo atrás, tentando voltar atrás. Sinceramente, não sinto que você se importe; sinto que você se importe agora, neste momento. Agora já é tempo demais... e passou. Passou tempo demais. Meu sorriso não depende mais da sua presença, nem da espera pelo seu amor. Eu não posso mais te ajudar. Gosto das lembranças, e as vezes me fazem sorrir, mas só isso. Lembro dos desenhos rabiscados no meio de uma aula qualquer, e do jeito que você me olha, parece tentando dizer: ainda estou aqui. Posso até voltar no tempo, mais se qualquer sinal me desperta, volto sem me importar. Você parece ainda carregar a nossa antiga fé, de ser eterno, de ser marcado. Bom, agora tenho novas crenças. É assim. Bem que demorou. Mais hoje é assim. Talvez tenhamos nos encaixado em uma roldana, onde nós dois eramos as travas opostas. Enquanto sua vida girou, eu travei. Fiquei parada, olhando pra trás. Pouco antes de você chegar, destravei, e a minha vida continuou. Dessa vez, de verdade. Você logo se apressou tentando me alcançar e ...ops! Travou você.
Não que eu queira que seja assim, uma roda, indo e vindo. Mas parece ter sido... ter sido. Já foi e voltou demais. A roda quebrou.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não força.

Obrigada. Você esta fazendo com que eu te esqueça. Alias, pelo que percebo, você anda se esforçando bastante para isso. Acho que não aprendemos bem a controlar os nossos sentimentos; digo, você os meus, e eu os seus. Se soubesse não estaria fazendo nada do que está. Assim, não vamos chegar a lugar nenhum. Ou melhor, vamos, mas muito distantes um do outro. Tenho uma preguiça imensa de coisas forçadas, isso acaba com qualquer sentimento em mim. Mas, não era isso que eu queria. Tenho que te avisar que ciumes projectados não me abatem. Me fazem rir. Force um pouco mais, quem sabe. Alias, pare por aqui. Já disse que com isso só estamos andando pra trás. Talvez, seja ilusão minha e já tenhamos dado passos demais. Mais que fique por aqui. Se não for pra frente, que não seja pra trás. Que não apague com os rastros de hoje, os nossos de um tempo atrás. Que deixe então como ficou. Mas não tente me provocar. A tentativa será mal sucedida. Desse jeito fico engraçado, e ao mesmo tempo triste. Não perca seu tempo pensando que o triste que eu digo, se refere a sua tentativa de provocação, porque sinceramente, não esta dando certo. Triste porque pensei que queríamos só o bem um do outro, e eu, nunca tentei te ferir. Mas bem, você esta contente. É o que aparenta. E aparenta também não precisar mais de passado. Do nosso passado. Então, acho que fiquei pra trás. Posso ter adormecido. Mas acordo, e volto correndo pra jogar terra no que você já enterrou.
Não força, vai sair tudo ao contrário.



(...)
        If I should be so bold
        I'd ask you to hold my heart in your hand
        Tell you from the start how I've longed to be your man
        But I never said I would
        I guess I'm gonna miss my chance again '