Você não mudou. Eu mudei. Mudei de planos, mudei de objetivos, mudei de opção. Não quero mais, não me esforço mais, não faço questão. É assim, tem que ser. Eu avisei, demorei um pouco, reconheço (e isso só piora as coisas pra você), mais avisei. A primeira, a última e a única vez. Só você não acreditou. Cansei dos seus pretextos, do seu eterno vai-e-vem. Hoje, vejo você correndo atrás, tentando voltar atrás. Sinceramente, não sinto que você se importe; sinto que você se importe agora, neste momento. Agora já é tempo demais... e passou. Passou tempo demais. Meu sorriso não depende mais da sua presença, nem da espera pelo seu amor. Eu não posso mais te ajudar. Gosto das lembranças, e as vezes me fazem sorrir, mas só isso. Lembro dos desenhos rabiscados no meio de uma aula qualquer, e do jeito que você me olha, parece tentando dizer: ainda estou aqui. Posso até voltar no tempo, mais se qualquer sinal me desperta, volto sem me importar. Você parece ainda carregar a nossa antiga fé, de ser eterno, de ser marcado. Bom, agora tenho novas crenças. É assim. Bem que demorou. Mais hoje é assim. Talvez tenhamos nos encaixado em uma roldana, onde nós dois eramos as travas opostas. Enquanto sua vida girou, eu travei. Fiquei parada, olhando pra trás. Pouco antes de você chegar, destravei, e a minha vida continuou. Dessa vez, de verdade. Você logo se apressou tentando me alcançar e ...ops! Travou você.
Não que eu queira que seja assim, uma roda, indo e vindo. Mas parece ter sido... ter sido. Já foi e voltou demais. A roda quebrou.